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Outubro mês dos idosos, crianças, Ossain e Oxum

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Chegamos em outubro, um mês com várias datas com temas que nos impõem reflexões. Hoje, 1º de outubro, é o Dia do Idoso, que nos leva a refletir sobre o envelhecimento, um estágio que a maioria de todos nós alcançará. Hoje, são 31,8 milhões de brasileiros que chegaram ao que chamamos de terceira idade e deverão, nos próximos anos, ser uma parcela mais expressiva na sociedade e poderão ser maioria no futuro. A longevidade é resultado do avanço da ciência, com medicamentos  e outros meios que contêm as moléstias letais. Mas não só isso. Uma parte expressiva dos casais não tem pretensão de ter mais do que dois ou três filhos, para que possa dar qualidade de vida aos meninos e meninas. Assim, temos uma realidade com menos jovens e mais idosos. Os idosos vivos, ou os que partiram do plano material, são nossos ancestrais, cujas experiências de vida e saberes não podem ser desprezados. Não podemos esquecer que se não fossem eles não estaríamos aqui. Amor, carinho e respeito a todos são ges...

Festa de Cosme e Damião: dia de gratidão, festa e doces

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Ontem (27/9) foi um dia agitado — muito suor e alegria — nos Caminheiros de Santo Antônio de Pádua. Desde a manhã, crianças e jovens bateram à porta da nossa casa e perguntavam sobre os doces, que são distribuídos em 27 de setembro, dia de festejar e homenagear Cosme e Damião. Avisamos que neste domingo (28/9), o centro festejaria os gêmeos romanos, médicos protetores das crianças e também dos adultos, como ocorre há 54 anos. Um pequeno grupo de médiuns dedicou-se, no início da noite, ao preparo do salão para a festa de São Cosme e Damião. Neste ano, a decoração ganhou uma cortina, com cores combinadas com a toalha de usada em 2024, e que traduz os tons que lembram a maioria dos orixás e aos quais as crianças, assim como chamamos na Umbanda, são reconhecidas em outras vertentes da afro-religiosidade: erês, vunji, ibeji. No cristianismo, a história conta-nos que os gêmeos Cosme e Damião tornaram-se médicos e tinham o dom de produzir milagres na cura de crianças e adultos, no século IV, ...

Macaia: renovação das energias em meio à mata

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  A macaia é o ritual da umbanda na mata. Um encontro dos umbandistas com as forças que as florestas e os cursos d’água propiciam para a renovação e fortalecimento das nossas energias. O encontro com as árvores, as folhas, a água corrente e com todos elementos da na mata é um momento de reconhecimento da imensa generosidade de Zambi com a humanidade. Em meio a natureza, mais do que renovar nossas energias por meio das energias concentradas em cada elemento da mata, associado aos orixás, fortalecemos também a nossa fé. Umbandista e todos os adeptos da afroreligiosidade reconhecem que a natureza é indispensável ao viver. É sentir por meio do olhar a harmonia do orixás que ali é revelada pelos diferentes elementos. Por tradição, os Caminheiros de Santo Antônio de Pádua  todos os trabalhos espirituais são precedidos de uma prece, em que apela-se a Zambi, aos orixás e à egrégora da casa, licença e boas energias à atividade.  A roda da prece expressa a circularidade, em que as ...

Caminheiros de Antônio de Pádua: 54 anos de fé, respeito e amor ao próximo

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  Uma celebração simples. Nada de ostentação — um padrão da instituição — mas com muita fé nos orixás venerados na Umbanda e na espiritualidade, o que expressa a tradição do Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua. Foi assim que médiuns da casa e alguns irmãos e irmãs frequentadores festejaram os 54 anos do centro, a partir de 10 de agosto de 1971, quando foi reconhecido como pessoa jurídica, por meio do Diário Oficial da União. Neste domingo, na comemoração de aniversário foram entoados os principais hinos da casa, pelos médiuns: da Umbanda, dos Caminheiros, de Santo Antônio de Pádua e o ponto do seu Ogum da Floresta. Uma cerimônia muito simples, assim como é casa. Após a cerimônia de aniversário, ocorreu, às 19h, a prece aos irmãos desencarnados, pausa de descanso dos médiuns e atendimento aos frequentadores. Durante mais de meio século,  os Caminheiros, fundado por Antônia Lins, é uma referência na afrorreligiosidade na capital da República. A sua principal ba...

Depoimento de fé e gratidão

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Rosane Garcia Jornalista e médium do CECSAP N ão é novidade para ninguém que sinto profundo e imensurável orgulho de pertencer ao Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua. Hoje, remexendo em arquivos, mais uma vez, constatei o quanto as entidades que chegam à casa são belíssimas e nos encorajam a seguir em frente, alertam-nos sobre a possibilidade de um passo em falso e nos apontam caminhos a percorrer. Semanas atrás, passei por todos os mentores incorporados e pedi ajuda para a  Ascap. Até então, tudo parecia muito nebuloso... As respostas aos pedidos feitos às autoridades não chegavam, o que nos deixavam angustiadas... O que falta fazer?  — uma pergunta que martelava na cabeça.  Eu não sabia mais como agir.  Eis que os pretos velhos foram taxativos: "Calma, filha. Fique tranquila, pois tudo vai dar certo". E deu mesmo. Nesta quarta-feira (10/7/2024), assinamos o segundo Termo de Fomento, com o Ministério das Mulheres, que financiará o segundo curso da...

Umbanda, uma fé afrorreligiosa

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Fonte: internet Cada casa umbandista tem a sua digital. Ou seja, tem seus  ritos. Em comum, a maioria cultua Zambi (Deus, o senhor do universo), Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, pretos-velhos, ibeji ou erês (crianças), Nanã, Oxum, Iemanjá, Iansã (as grandes mães), Oxumaré (senhor do arco-íris, mediador entre o céu e a terra) e Exú. A forma de tratar cada um deles difere pouco de uma casa para outra. Mas pequenos traços na forma de conduzir os rituais dão singularidade aos terreiros. Sem distinção, a Umbanda cultua divindades dos panteões dos diversos povos africanos, o que a torna uma prática afrorreligiosa. Há que insista em dizer que a Umbanda é uma religião cristã. Trata-se de um equívoco, em razão do sincretismo. A associação dos orixás aos santos católicos nada mais foi do que uma estratégia dos negros, num longo período de tempo em que os colonizadores escravistas, sob bandeiras da fé eurocêntrica, compreendiam como bruxaria qualquer outra prática de fé que não fosse católica....

Compromisso, fé e paciência

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Congá dos Caminheiros de Santo Antônio de Pádua   Médiuns novos são plenos de ansiedade. Querem, de uma só vez, conhecer tudo que acontece na Umbanda. Tudo mesmo. Desde como lidar com Exú, sobre o qual rondam muitas fantasias, como saudar os orixás, quais pontos devem ser cantados e em quais momentos, o significado de cada um deles e, principalmente, saber qual o orixá de frente ou dono da sua cabeça.  Os novatos esquecem que tudo acontece n o seu tempo. O primeiro passo foi decidir e assumir a mediunidade. Ou seja, buscar e achar uma casa umbandista para o seu desenvolvimento e assumir, com lealdade, o compromisso com a espiritualidade. Enfim, colocar-se como instrumento das entidades espirituais que necessitam de um corpo, mente e coração para trazer suas mensagens aos encarnados.  "Eu sou filho ou filha de quem?" — é a primeira pergunta da maioria dos iniciantes. "Calma", recomendam os mais velhos. Na maioria das casas de Umbanda, não há consulta aos oráculos (bú...